Depois de resolvido que de fato iríamos ao Japão, restava escolher o "caminho" para chegar lá. Já havíamos comprado as passagens para Joanesburgo e dali fiz uma pesquisa de preços e possibilidades. Ficamos entre a Singapore Airlines, com escala em Cingapura, e a Cathay, com escala em Hong Kong. Ao final, escolhemos Cingapura para "quebrar" nossa longa viagem.
A Singapore Airlines não é uma das melhores companhias de aviação do mundo por acaso. Depois de quatro voos, seguidos por um da Mango (uma low cost) e outro da Latam, a diferença é gritante. O aeroporto de Cingapura (o Changi) também é incrível e inclusive vai ganhar um post só para ele!
E com essa companhia aérea e esse aeroporto, Cingapura mostra que nada é por acaso. Esse pequeno grande país é incrível, mistura gente de várias nacionalidades e nos mostra um mundo que funciona. Claro que tem um defeito: é muito quente! A temperatura à noite fica mais amena, em torno de 25 graus, mas de dia realmente é bastante calor.
No primeiro dia visitamos Chinatown e Little India. Arab Quarter estava na programação, mas a chuva prejudicou nossos planos.
Pegamos um metrô e começamos por Chinatown. No metrô, já nos surpreendemos com sua limpeza, beleza e ausência de condutor. Muitas lojas e uma rua cheia de restaurantes!
Homenagem ao ano do cachorro |
Ruas de Chinatown |
Lojas muito coloridas, predominando o vermelho |
Food Street em Chinatown |
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Saia da Cecília para poder entrar no templo |
Fomos também ao Thian Hock Keng Temple. Ali já era necessário tirar o calçado e acabamos apenas olhando para a parte de dentro.
Almoçamos nessa região, mas optamos por um Subway. Enquanto almoçávamos, chegou a chuva que estava prevista... e ela ficou a tarde inteira, em períodos intercalados. Numa das tréguas, conseguimos chegar ao metrô e ir até Little India. Acredito que vai ser o mais perto da Índia que chegarei... É tudo muito colorido, as ruas são limpas e têm muitas lojinhas.
Numa dessas "galerias", acabamos entrando numa lojinha e ficamos praticamente defumados com o incenso (lá dentro parecia uma nuvem!). Correspondendo à fama de bons vendedores dos indianos, não consegui sair sem nada 😂.
A Cecília escolheu uma saia/calça/vestido que parece um Aladim e acabei comprando umas Pashiminas.
Chama a atenção as várias lojas de jóias de ouro e câmbio. Aliás, das principais etnias que compõem a Cingapura de hoje (indianos, malaios, chineses, filipinos) os indianos foram os últimos a se instalarem por lá. Atraídos pelo comércio intenso ainda no século XIX, trabalhavam já naquela época com o fluxo de dinheiro que girava no porto. Em função da colonização inglesa, conheciam bem o modo de negociar e a língua dos britânicos, servindo muitas vezes de financiadores das empreitadas comerciais deles pelo oriente.
Lojas de jóias muuuito douradas. |
Tudo isso fica na rua Serangoon
Road, onde também está o templo Sri
Veeramkaliamman. Novamente passamos na frente e acabamos não entrando. Era necessário tirar o calçado e, com a chuva que fez, o piso deveria estar meio nojento...
No segundo dia em Cingapura fomos para a região de Marina Bay, mais moderna e praticamente toda aterrada. Ali também fica o centro financeiro da cidade. É um arranha-céu de banco ao lado do outro...
Já perto do shopping e do famoso hotel Marina Sands Bay dá para ter uma bela vista do skyline do centro financeiro da cidade. Essa região onde fica o hotel e depois o Gardens by the Bay é toda aterrada. Cingapura acabava nessa região do centro financeiro. Importante dizer que Cingapura hoje é um dos principais centros financeiros do mundo, com o terceiro PIB per capita do mundo. Lá adotou-se uma política de livre mercado e a opção foi atrair empresas líderes mundiais e cérebros capazes de dar conta de suas demandas. Hoje isso se reflete no skyline do centro financeiro.
Skyline do centro financeiro |
Atravessando o shopping e o hotel (este por uma passarela por dentro do saguão), chega-se ao Gardens by the Bay, que junto com o Marina Sands Bay formam um dos símbolos da cidade. O jardim é lindíssimo e grande parte dele é gratuito.
Atravessando a passarela para chegar ao Gardens by the Bay |
Passarela de onde se tem uma linda vista do Marina Sands Bay, com sua piscina lá em cima! |
Dentro do complexo do Gardens by the Bay, têm os dois jardins fechados que aparecem na foto 👇 que são pagos. Compram-se os ingressos em conjunto e o valor é $ 28,00 ($1,00 vale aproximadamente R$ 2,50) . Ainda bem que levei um casaco, porque dentro desses lugares é bem geladinho...
Um deles recria um ambiente de floresta de altitude. Já na entrada está essa linda cascata! O passeio começa por um elevador que te leva até o último andar (bem no alto da cascata) e depois a gente vai descendo por escadas rolantes ou rampas.
Tudo é muito bonito e bem cuidado! Nestas fotos 👇 dá para ver as passarelas por onde a gente desce.
Agora vistas lá de baixo |
Cecília na "passarela" com sua roupa indiana |
Pavilhão da floresta visto de fora |
Área molhada, cheia de crianças se refrescando |
E depois tem essa espécie de árvore gigantesca! Há várias delas e para subir nas passarelas também é necessário pagar e ali acabamos não indo.
Pessoas passeando nas passarelas |
Sentadinhas comendo frango de R$ 10,00. |
Essa era nossa vista... |
No terceiro dia em Cingapura começamos pelo Museu Nacional de Cingapura, para conhecer um pouco da história daquele país tão desenvolvido no meio do sudeste asiático. A entrada para adultos custa $ 15,00.
É bom reservar umas 3 horas para conhecer o museu (ou um dia inteiro, se tiver tempo). O museu é ótimo e conta a história de Cingapura em seus vários períodos. Cingapura já fez parte da Malásia, já foi território inglês, foi ocupada pelo Japão por alguns anos durante a segunda guerra mundial e é independente desde 1965, quando entrou em cena o primeiro ministro Lee Kuan Yew, que foi o nome mais importante para o desenvolvimento do país.
É o museu mais antigo do país e data de 1887. Considero um local imperdível para poder conhecer um pouco mais da história deste país.
Ali a história está muito bem contada, ilustrada pelas peças de maneira didática, sem ser cansativo. Muitas histórias interessantes acabam encaixando as peças para que se entenda como Cingapura se tornou o que é hoje: um moderno centro financeiro, um dos maiores portos do mundo e um lugar extremamente seguro para viver.
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Metrô limpíssimo de Cingapura. Todos sem acesso ao trilho e sem motorista. |
Em outros lugares do mundo a bibliografia sobre Cingapura é obviamente mais escassa, e entender o processo de construção do país e a revolução de sua educação são certamente um dos aspectos mais interessantes de uma viagem por lá. Por isso, uma boa dica é comprar um dos livros que explicam a história e o pensamento de Lee Kwan Yew e entender porque Cingapura parece um paraíso para alguns e um inferno para outros (como pichadores, depredadores, traficantes e assaltantes, por exemplo).
Eu e o Emerson acabamos voltando à noite para a Orchard Road, a pé, quando parou a chuva. A temperatura estava agradável e deu para ver como essa região é legal! Muitos bares e restaurantes para frequentar, nessa que é uma das grandes cidades mais seguras do mundo.
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Última janta na Ásia, num restaurante chinês. Burger King no aeroporto não conta... |
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Já que é o ano do cachorro, ele estava por tudo na decoração! |
No último dia em Cingapura, escolhemos Sentosa para passar o dia. Depois de tantos dias viajando, optamos por ficar na praia e relaxar um pouco. O metrô vai até o acesso para Sentosa, que é uma ilha. Da última parada do metrô, dá para chegar à ilha a pé, numa caminhada agradável, de teleférico ou de monorail. Optamos por ir a pé e depois voltamos de monorail.
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Passarela para Sentosa: Cecília descobriu que é do signo de cachorro!!! |
Em Sentosa, também tem a Universal Studios entre várias outras atrações. Nós escolhemos uma "barraca de praia" para sentar, aproveitar a piscina e descansar. Apenas cobram o que você consome. Enquanto isso, a Cecília e o Emerson encararam o sol escaldante e foram para a fila do Luge e Skyride. Ali, você sobe num teleférico e desce numa espécie de carrinho de lomba. Não é barato: 2 voltas custam $28,00 por pessoa, mas a Cecília amou!
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Luge: diversão do Emerson e Cecília |
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Como era segunda-feira, dava para escolher o lugar! |
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Suco de melancia para aliviar o calor |
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A praia não é muito bonita, cheia de navios de container... mas a água não é fria |
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Piscina |
Hotel: Hotel Mi. Cingapura é uma cidade cara e não é fácil achar um hotel bom e barato. O valor da diária ficou em torno de R$ 400,00 e o quarto era pequeno, mas novo e limpo. Só não aprovamos nossos companheiros de andar, que eram muito barulhentos! O hotel ficava numa região agradável, perto de duas linhas diferentes de metrô.
Transporte: o metrô é ótimo e durante nossa estadia só nos locomovemos nele (ou a pé). Como no Japão, você escolhe o destino e paga de acordo com a distância andada. Para voltarmos ao aeroporto, também utilizamos o metrô e é muito barato. Na chegada, como nosso voo era tarde, precisamos pegar um táxi grande (para 7 pessoas) e gastamos $60,00.