quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Ronda

Saímos de Granada em direção à pequena Ronda.  Em tese, há trem direto entre as duas cidades. Entretanto, o sistema ferroviário da região de Granada está em obras, e o primeiro trecho é feito em ônibus, que sai da própria estação de trem. Chegamos com um pouco de antecedência porque não tínhamos comprado as passagens, mas foi tudo tão rápido que precisamos esperar um tempinho na estação. O ônibus leva até Antequera, de onde sai o trem para Ronda. Tem detector de metais das bagagens inclusive para entrar na estação de Antequera!


O mapa de novo para seguir o roteiro
Chegamos na estação de trem de Ronda às 15:45. Como o caminho não era tão longo, fomos a pé até o hotel, já aproveitando para parar na rodoviária e comprar a passagem de ônibus para Sevilha, para o dia seguinte. Com tudo isso, chegamos ao hotel junto com o táxi de umas coreanas que estavam no nosso trem!

O nosso hotel ficava em frente à principal atração de Ronda: sua ponte. A cidade fica em um penhasco! O que achei mais legal foi passear entre a cidade nova e a velha, dividida pela ponte, e apreciar as paisagens.

Bem ao lado da ponte, na "cidade nova", tem um acesso que permite visualizar a ponte e o resto da paisagem... melhor mesmo só se seguir a trilha que desce esses penhascos!



Uma parte da ponte... 

De outro ângulo, já da "cidade velha". A construção à esquerda é do hotel que ficamos.

Paisagem de outro ângulo!
Já era final da tarde, mas aproveitamos para passear na cidade velha. Atravessamos a Puente Nuevo e lá fomos! Várias lojas, artesanatos e lindas casinhas...












À noite, passeamos pela parte nova da cidade. Era segunda à noite, janeiro, então tinha bastante coisa fechada. Depois de umas três tentativas, achamos um restaurante aberto!


Puente Nuevo, à noite
E o dia amanheceu lindo, mas com o desfiladeiro coberto de neblina! Paisagem linda!


Enquanto o Emerson e a Cecília curtiam o hotel, fomos conhecer a Plaza de Toros por dentro (entrada: 7 euros). Ela tem mais de 200 anos e é uma das mais antigas da Espanha. Pelos cartazes lá expostos, todo ano, no mês de setembro, acontece uma tourada. Não sei como alguém tem prazer em assistir...


Deu tempo para mais uma volta na cidade nova, agora durante o dia. É cheia de comércio! Impressionante para uma cidade de menos de 40.000 habitantes.


Essa hospedagem foi a extravagância da viagem... optei por ficarmos no Parador de Ronda, esse que aparece na foto, ao lado da ponte. Era a antiga prefeitura da cidade. A Espanha tem uma rede de Paradores, que são hotéis que ficam em prédios históricos (assim como as Pousadas de Portugal). Na lua de mel ficamos em outros dois (Toledo e Alarcón).



Curtindo a vista antes da partida
Ficamos menos de um dia na cidade, o que já é suficiente para conhecê-la. Também daria para ficar mais um pouco, aproveitando a cafeteria do hotel para relaxar com a linda vista que tem!

Fomos a pé até a rodoviária, de onde pegamos um ônibus para Sevilha, última cidade da nossa visita à Andaluzia.

Hotel: Parador de Ronda: situa-se num prédio histórico. Os quartos são grandes, com sacada, um pouco antigos, mas bem conservados. O café da manhã tem uma linda vista, é bom, mas poderia ser melhor pelo nível do hotel. Diária: 130 euros
Período: 25/01 (final da tarde/noite) e 26/01/2016 (manhã)
Ônibus/Trem: Granada/Ronda 12:45/15:45 - três horas, mas pelo menos uns 40 minutos de espera na estação de Antequera. Quando a reforma no sistema ferroviário ficar pronta, vai melhorar bastante! Preço: 20,10/pessoa

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O que fazer em Granada em um dia e meio?

Na falta de um trem direto e seguindo nosso programa de transporte público pela Andaluzia, pegamos um ônibus (8:30) na estação rodoviária de Córdoba, também bem próxima do nosso hotel, em frente à estação de trem.

Para lembrar o roteiro:



O trajeto dura 2:40 e o ônibus faz algumas paradas pelo caminho. Já a estação rodoviária de Granada fica bem afastada e foi necessário pegar táxi (aproximadamente 10 euros até a Plaza Nueva).

Dessa vez o nosso hotel era bem central, em frente à Plaza Nueva e fizemos quase tudo a pé. Chegamos perto do meio-dia e também conseguimos um quarto livre para deixarmos nossas malas.

Começamos nosso passeio pelo centro histórico. Era sábado e a cidade estava cheia! Dia lindo, céu azul, temperatura bem agradável...

Passamos pela imensa Catedral de Granada, que foi encomendada pelos Reis Católicos. É na Capela Real onde estão os túmulos de Isabel e Fernando, que foram os reis que reconquistaram Granada em 1492.



 Continuamos a caminhar pelas peatonais do centro. Ruas lindas, muitos restaurantes, muita gente sentada em mesas na parte externa, aproveitando o sol de inverno!







Também passamos por essas bancas de comida, com frutas secas, grãos, azeitonas e muita coisa de dar água na boca!

Depois encontramos um restaurante com mesas na rua, e comemos novamente o famoso menu turístico (11 euros).




Daí seguimos para o Mirante San Nicolás. Para economizar as pernas, pegamos o ônibus C1, quase em frente ao hotel, na Plaza Nueva. O valor é 1,20 euros por pessoa e o pagamento é feito diretamente ao motorista. Para voltar, é tranquilo caminhar pelas ruazinhas do Albayzín a pé mesmo... é um belo passeio. O Albayzín fica situado no antigo bairro muçulmano de Granada, que mesmo depois da conquista cristã em 1492 permaneceu como um bairro muçulmano por várias décadas.

Vista para a Alhambra - Generalife (prédio branco), com a Sierra Nevada ao fundo

Vista para a Alhambra, com Sierra Nevada ao fundo


O mirante fica cheio de gente e não é fácil disputar um lugar privilegiado para fazer umas fotinhos... A vista é linda, mas não ficamos muito tempo aí... sentamos num café logo em frente que tem essa mesma vista e depois seguimos nosso caminho.

Paramos novamente numa pracinha que tem ali perto, para mais umas fotos e a primeira do nosso grupo completo!




Continuamos descendo as ruas sinuosas e estreitas do Albaycín. Ao contrário de Córdoba e Sevilha, que foram reconquistadas pelos cristãos em 1236 e 1248, respectivamente, Granada ficou sob o domínio muçulmano até 1492 e a cultura islâmica ainda está muito presente na cidade, especialmente nesse bairro.

Plaza San Miguel Bajo - Albaycín

Vista da cidade a partir do Mirador de la Lona - Albaycín



No final da descida, chegamos a uma das ruas mais cheias do Albaycín: é a Calle Calderería Nueva, com muitas lojinhas, teterías, doces árabes...


Início (ou fim) da Calderería Nueva
Ali a Cecília cheirou chás, tomou chá, comemos doces árabes
 e a Cecília concluiu que gostaria de ter uma tetería...

"Vazio", né?

Perfume dos chás...




À noite, depois desse longo dia, os nonnos e a Cecília ficaram no hotel comendo uma pizza que buscamos para eles... Eu e o Emerson saímos a passear e não foi fácil achar um lugar para comer tapas. Era sábado e estava tudo cheio!!! Enfim conseguimos uma mesa num lugar bem perto do nosso hotel, na Taberna Salinas. Bom lembrar que, apesar de esquentar à tarde, à noite e de manhã cedo faz bastante frio...

Nossas tapas
No segundo dia, domingo, já tínhamos ingressos para visitar a Alhambra no turno da tarde. De manhã, apenas voltamos na Calderería Nueva para comprar algumas coisinhas que o tumulto do dia anterior não permitiram. Tomamos um café na rua e por volta das 13:30 pegamos o ônibus para a Alhambra (C3 - Plaza Isabel La Católica, 1,20 por pessoa), bem pertinho do nosso hotel.

Não recomendo subir a pé... é um pouco longe e com uma subida de respeito! Caminha-se muito na Alhambra e é preciso preservar as pernas. Acabamos pegando o mesmo ônibus para voltar.

Os detalhes da visita à Alhambra estão aqui. Ficaram para uma postagem própria: ela merece!!! Apenas lembro da importância da reserva com antecedência. Nessa época em que fomos até tinham ingressos para vender na hora, mas têm períodos que eles se esgotam com muita antecedência. Não vale a pena correr o risco. Ir a Granada e não visitar a Alhambra é o mesmo que o "ir a Roma e não ver o Papa"!

Na volta, o pessoal gostou tanto da pizza que voltamos lá! Como ainda era happy hour, era tudo a um euro. Dá-lhe chopp e pizza!!!

Para nossa viagem ficar mais emocionante, ainda pegamos um terremoto. Eu e o Emerson sentimos a cama mexer, mas na hora, meio dormindo, nem me passou pela cabeça que pudesse ser um terremoto!!! Mais uma história pra contar!

Jornal para recordar
Fomos embora da cidade pela estação de trem e precisamos pegar táxi para ir até lá (aproximadamente 8 euros). A caminhada é grande para fazer com malas...

Período: 23/01 (tarde/noite) e 24/01/2016
Hotel: AMC Granada Hostel -  embora seja um hostel, diria que é um hotel mais simples, sem muitos serviços, mas com ótimo custo-benefício. Fica em plena Plaza Nueva, perto de tudo e com fácil acesso aos ônibus que levam ao mirante e à Alhambra. Aproximadamente 50 Euros o quarto triplo e 40 euros o quarto duplo. Aviso que no quarto duplo o box do chuveiro é no meio do quarto. Em ambos, a pia é separada do banheiro, também no meio do quarto.
Ônibus: Córdoba - Granada;  2h40min; 14 euros/pessoa. Empresa Alsa.

A Gigantesca Alhambra

A Alhambra é um lugar diferente de todos que já tinha visitado... é enorme, lindo, grandioso! Como é muito visitado e o acesso é limitado, o recomendável é comprar os ingressos com antecedência pelo site. É bem fácil! É só escolher o dia e o horário (manhã/tarde) e pagar. O valor dos tickets comprados na internet é de 14 + 1,40 euros/pessoa (menor de 12 anos não paga, mas precisa do ingresso). No momento da aquisição dos tickets, é necessário escolher um horário para entrar no Palacios Nazaríes e compartilho a dica do Viaje na Viagem: não escolha o primeiro horário, porque da entrada do Alhambra até o palácio há um trecho de uns 15 minutos de caminhada (rápida). Os horários são a cada meia hora... pelo que entendi, passando a sua meia hora, não entra mais!

Nessa época de baixa temporada, até era possível comprar na hora (pelo menos vi gente na fila), mas eu não correria o risco de perder a visita! Chegando na bilheteria, tem a fila para retirar os ingressos comprados antecipadamente ou para comprar, porém a entrada para a Alhambra é feita apenas no horário do ingresso (nosso caso 14:00 - 18:00). A fila estava bem grandinha, então lembrei da dica do Ricardo Freire e o Emerson saiu em busca dos totens para retirada de ingressos, que não ficam ali à vista. Foi só inserir o cartão com o qual os ingressos foram comprados que a máquina já entrega os ingressos!!! Não entendi o motivo de estarem tão escondidas e de ter tanta gente na fila!!!

A Alhambra fica num lugar muito alto! Totalmente recomendado pegar um ônibus por 1,20 euros por pessoa (linha C3 - sai da Plaza Isabel La Católica, bem central). Depois de tanto caminhar lá dentro, também pegamos o ônibus para descer.


Começando a visita
De vários pontos é possível ver a cidade. A vista do Albayzín é lindíssima! Não deu para escolher uma foto única. São várias fotos que vão mostrar as casinhas brancas deste bairro...

Para começar...
Aqui vai um mapa da Alhambra, para ter uma ideia do tamanho e das distâncias entre as várias partes que são visitadas:



Começamos nossa visita pelo Generalife (na parte de cima do mapa - traçado azul), que foi planejado como um palácio de verão e propriedade rural para os governantes (1302-1309). A construção foi iniciada por Muhammad III. A ampliação dos jardins é bastante posterior, em 1954.

Descansando nos jardins

Mais uma linda vista do Albaycín


Mais Albaycín!!!


Patio de la Acequia, ainda no Generalife
Saímos do Generalife, e seguimos pelo traçado preto do mapa. Para chegar aos demais pontos de visita, caminha-se bastante. O Palácio de Carlos V, visto de fora, é bonito e gigantesco, mas a parte interna não tem muita coisa para ver. Era domingo e o museu estava fechado, então a visita deve ter durado uns cinco minutos.

Parte do Palácio de Carlos V visto de fora - É a estrutura quadrada por fora e
redonda por dentro que aparece no mapa








Como ainda não tinha chegado o horário da nossa visita aos Palacios Nazaríes, fomos para a Alcazaba. Para chegar lá, passa-se inicialmente por esta porta da fotografia e depois por um acesso específico. Em vários destes locais é preciso mostrar o ingresso novamente e o acesso é feito uma única vez por visita... não é possível retornar.

Perto dali ficam os banheiros, máquinas de bebida, lugar para deixar mochilas e, após passar pela porta e antes da Alcazaba, tem um quiosque para comer ou beber alguma coisa.




Da Alcazaba, tem-se vista para vários pontos da Alhambra e da cidade. Aqui, dá para ver mais um lado do Palácio de Carlos V e a fila para entrada nos Palacios Nazaríes



Mais um pouco do Albaycín, com o Mirante San Nicolás, onde fomos no dia anterior





A Alcazaba é uma das partes mais antigas da Alhambra e foi construída  por Muhammad I, fundador da dinastia Nasrid, em 1237, para ser um forte defensivo.

Para se situar no mapa, é a parte inferior bem à esquerda.



O ponto mais alto é a Torre de la Vela. Eu e o Emerson subimos, enquanto a Cecília e os nonnos descansaram um pouco. Olhem os três aí no banco (o que já dá uma ideia da altura)! Foi ali que a cruz e os estandartes da Reconquista foram erguidos em Janeiro de 1492.
Vista da Plaza Nueva de cima da Torre de la Vela
Faltando uns dez minutos para às 16 horas, fomos para a fila de entrada dos Palacios Nazaríes. São três palácios, cada um edificado em uma época diferente:  Palacio del Mexuar (Ismail I - 1314/1325; Muhammad V - 1362/1391); Palacio de Comares (Yusuf I - 1333/1354; Muhammad V 1362/1391) e Palacio de los Leones (Muhammad V 1362/1391).







Patio de Arrayanes

Detalhes do Palacio de Comares


Patio de Los Leones, construído na segunda metade do século 14, por Muhammad V.
Os doze leões de mármore são do século 11.


Patio de los Leones por outro ângulo

Sala de Dos Hermanas:
cúpula com 5 mil estalactites moldadas
Na sequência da nossa visita, entramos no Palacio de Carlos V , construído pelos cristãos em 1527. Depois de tudo o que vimos, ele decepciona. Talvez se os museus estivessem abertos teria outra opinião.

Assim é por dentro...

Essa é a Alhambra, declarada Patrimônio Mundial pela Unesco em 1984. Reserve um turno inteiro para a visita e aproveite o lugar! É muito bem sinalizado e a sequência da visita é bem explicada. No início, apenas há opção de começar pelo Generalife ou pelos demais palácios, que ficam em lados diversos. 

Mais informações e compra de ingressos: http://www.alhambradegranada.org/pt/
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