sábado, 31 de março de 2018

Cingapura em Quatro Dias

Depois de resolvido que de fato iríamos ao Japão, restava escolher o "caminho" para chegar lá. Já havíamos comprado as passagens para Joanesburgo e dali fiz uma pesquisa de preços e possibilidades. Ficamos entre a Singapore Airlines, com escala em Cingapura, e a Cathay, com escala em Hong Kong. Ao final, escolhemos Cingapura para "quebrar" nossa longa viagem. 

A Singapore Airlines não é uma das melhores companhias de aviação do mundo por acaso. Depois de quatro voos, seguidos por um da Mango (uma low cost) e outro da Latam, a diferença é gritante. O aeroporto de Cingapura (o Changi) também é incrível e inclusive vai ganhar um post só para ele! 

E com essa companhia aérea e esse aeroporto, Cingapura mostra que nada é por acaso. Esse pequeno grande país é incrível, mistura gente de várias nacionalidades e nos mostra um mundo que funciona. Claro que tem um defeito: é muito quente! A temperatura à noite fica mais amena, em torno de 25 graus, mas de dia realmente é bastante calor.

No primeiro dia visitamos Chinatown e Little India. Arab Quarter estava na programação, mas a chuva prejudicou nossos planos.

Pegamos um metrô e começamos por Chinatown. No metrô, já nos surpreendemos com sua limpeza, beleza e ausência de condutor. Muitas lojas e uma rua cheia de restaurantes! 


Homenagem ao ano do cachorro

Ruas de Chinatown


Lojas muito coloridas, predominando o vermelho

Food Street em Chinatown
Em Chinatown, fomos a esse lindo templo budista, chamado Buddha Tooth Relic Temple. Embora não seja necessário tirar o calçado como nos templos hindus, eu precisei cobrir os ombros e a Cecília vestiu um pano para tapar as pernas.



Saia da Cecília para poder entrar no templo

Fomos também ao Thian Hock Keng Temple. Ali já era necessário tirar o calçado e acabamos apenas olhando para a parte de dentro.



Almoçamos nessa região, mas optamos por um Subway. Enquanto almoçávamos, chegou a chuva que estava prevista... e ela ficou a tarde inteira, em períodos intercalados. Numa das tréguas, conseguimos chegar ao metrô e ir até Little India. Acredito que vai ser o mais perto da Índia que chegarei... É tudo muito colorido, as ruas são limpas e têm muitas lojinhas.



Numa dessas "galerias", acabamos entrando numa lojinha e ficamos praticamente defumados com o incenso (lá dentro parecia uma nuvem!). Correspondendo à fama de bons vendedores dos indianos, não consegui sair sem nada 😂.
A Cecília escolheu uma saia/calça/vestido que parece um Aladim e acabei comprando umas Pashiminas.


Chama a atenção as várias lojas de jóias de ouro e câmbio. Aliás, das principais etnias que compõem a Cingapura de hoje (indianos, malaios, chineses, filipinos) os indianos foram os últimos a se instalarem por lá. Atraídos pelo comércio intenso ainda no século XIX, trabalhavam já naquela época com o fluxo de dinheiro que girava no porto. Em função da colonização inglesa, conheciam bem o modo de negociar e a língua dos britânicos, servindo muitas vezes de financiadores das empreitadas comerciais deles pelo oriente.

Lojas de jóias muuuito douradas. 


Tudo isso fica na rua Serangoon Road, onde também está o templo Sri Veeramkaliamman. Novamente passamos na frente e acabamos não entrando. Era necessário tirar o calçado e, com a chuva que fez, o piso deveria estar meio nojento...



No segundo dia em Cingapura fomos para a região de Marina Bay, mais moderna e praticamente toda aterrada. Ali também fica o centro financeiro da cidade. É um arranha-céu de banco ao lado do outro...


 Já perto do shopping e do famoso hotel Marina Sands Bay dá para ter uma bela vista do skyline do centro financeiro da cidade. Essa região onde fica o hotel e depois o Gardens by the Bay é toda aterrada. Cingapura acabava nessa região do centro financeiro. Importante dizer que Cingapura hoje é um dos principais centros financeiros do mundo, com o terceiro PIB per capita do mundo. Lá adotou-se uma política de livre mercado e a opção foi atrair empresas líderes mundiais e cérebros capazes de dar conta de suas demandas. Hoje isso se reflete no skyline do centro financeiro.

Skyline do centro financeiro

Atravessando o shopping e o hotel (este por uma passarela por dentro do saguão), chega-se ao Gardens by the Bay, que junto com o Marina Sands Bay formam um dos símbolos da cidade. O jardim é lindíssimo e grande parte dele é gratuito.

Atravessando a passarela para chegar ao Gardens by the Bay

Passarela de onde se tem uma linda vista do Marina Sands Bay, com sua piscina lá em cima!
São jardins que fazem referência aos principais povos que constituiram Cingapura e esse ali embaixo é o indiano. Como a Cecília estava estreando sua roupa indiana (com cara de Aladim), resolveu tirar uma foto com esse elefante!


Dentro do complexo do Gardens by the Bay, têm os dois jardins fechados que aparecem na foto 👇 que são pagos. Compram-se os ingressos em conjunto e o valor é $ 28,00 ($1,00 vale aproximadamente R$ 2,50) . Ainda bem que levei um casaco, porque dentro desses lugares é bem geladinho...


Um deles recria um ambiente de floresta de altitude. Já na entrada está essa linda cascata! O passeio começa por um elevador que te leva até o último andar (bem no alto da cascata) e depois a gente vai descendo por escadas rolantes ou rampas.




Tudo é muito bonito e bem cuidado! Nestas fotos 👇 dá para ver as passarelas por onde a gente desce.


Agora vistas lá de baixo

Cecília na "passarela" com sua roupa indiana
Já adianto que o Gardens by the Bay é enorme e ficamos ali o dia inteiro! Se soubéssemos que tinha uma área molhada, teríamos levado uma roupa extra para a Cecília, que ficou morrendo de vontade de entrar nessa água, especialmente com o calor que faz em Cingapura.


Pavilhão da floresta visto de fora

Área molhada, cheia de crianças se refrescando
Depois fomos ao pavilhão das flores. São flores de vários lugares do mundo e muitas da América e que já conhecíamos. Outro lugar bem fresquinho, bom para fugir um pouco do calorão que faz por lá.



E depois tem essa espécie de árvore gigantesca! Há várias delas e para subir nas passarelas também é necessário pagar e ali acabamos não indo.


Pessoas passeando nas passarelas
Depois de todo esse passeio, a fome chegou pra nós e provavelmente para todo mundo que estava nos jardins. Como ali têm apresentações de luzes, tanto no gardens by the bay como na baía em frente ao shopping, planejamos jantar no shopping, como todo mundo que estava ali. Resultado: não havia lugar. A saída foi comprarmos umas marmitas numa loja do shopping e nos instalarmos já em frente à baía! A comida era razoável, longe de ser deliciosa, mas a nossa vista compensava!!

Sentadinhas comendo frango de R$ 10,00.

Essa era nossa vista... 
Às 20 horas assistimos ao show na baía e às 20:45 no gardens by the bay, de 15 minutos cada um.



No terceiro dia em Cingapura começamos pelo Museu Nacional de Cingapura, para conhecer um pouco da história daquele país tão desenvolvido no meio do sudeste asiático. A entrada para adultos custa $ 15,00.




É bom reservar umas 3 horas para conhecer o museu (ou um dia inteiro, se tiver tempo). O museu é ótimo e conta a história de Cingapura em seus vários períodos. Cingapura já fez parte da Malásia, já foi território inglês, foi ocupada pelo Japão por alguns anos durante a segunda guerra mundial e é independente desde 1965, quando entrou em cena o primeiro ministro Lee Kuan Yew, que foi o nome mais importante para o desenvolvimento do país.

É o museu mais antigo do país e data de 1887. Considero um local imperdível para poder conhecer um pouco mais da história deste país.

Ali a história está muito bem contada, ilustrada pelas peças de maneira didática, sem ser cansativo. Muitas histórias interessantes acabam encaixando as peças para que se entenda como Cingapura se tornou o que é hoje: um moderno centro financeiro, um dos maiores portos do mundo e um lugar extremamente seguro para viver.

Notas antigas de Cingapura, com a orquídea, símbolo do país

Interessante reparar o desenho e o "lema" (como o americano "In God we trust" ou o brasileiro "Deus seja louvado") do verso da nota mais comum que circula por lá, a de 2 dólares de Cingapura. Explica muito da história recente do país e de Lee Kuan Yew.
Neste dia também fomos a Orchard Road, uma rua moderna e cheia de shoppings! A chuva chegou novamente e atrapalhou um pouco nosso passeio, mas é possível se locomover pelo metrô, sempre por dentro dos shoppings. Só que a chuva não nos permitiu andar pela rua e dentro dos lugares estava terrivelmente lotado naquele domingo à tarde.

Metrô limpíssimo de Cingapura. Todos sem acesso ao trilho e sem motorista.

Em um desses shoppings fica uma das maiores livrarias da Ásia, a Kinokuniya. Tem centenas de milhares de livros, e quando se termina a seção em inglês, começa tudo de novo em chinês, francês e malaio.

 
Em outros lugares do mundo a bibliografia sobre Cingapura é obviamente mais escassa, e entender o processo de construção do país e a revolução de sua educação são certamente um dos aspectos mais interessantes de uma viagem por lá. Por isso, uma boa dica é comprar um dos livros que explicam a história e o pensamento de Lee Kwan Yew e entender porque Cingapura parece um paraíso para alguns e um inferno para outros (como pichadores, depredadores, traficantes e assaltantes, por exemplo).

Livro que relata uma série de entrevistas com o homem que foi primeiro ministro de Cingapura desde 1959 até 1990 e faleceu em 2015, e deixou para o país uma fortíssima cultura de ordem, eficiência, progresso e bem estar, nessa exata sequência.

Eu e o Emerson acabamos voltando à noite para a Orchard Road, a pé, quando parou a chuva. A temperatura estava agradável e deu para ver como essa região é legal! Muitos bares e restaurantes para frequentar, nessa que é uma das grandes cidades mais seguras do mundo.

Última janta na Ásia, num restaurante chinês. Burger King no aeroporto não conta...
Já que é o ano do cachorro, ele estava por tudo na decoração!
É tudo muito colorido, muita gente na rua, mas sem estar lotado como de tarde... minha impressão é de que é uma região para ir à noite, a não ser que você esteja interessado nas compras. Também me pareceu um lugar ótimo para se hospedar. Muito interessante andar por ruas tarde da noite e ver pessoas caminhando em ordem, relaxadas, sem olhar para os lados escaneando o entorno, sem nenhuma sombra de medo ou desconfiança.

No último dia em Cingapura, escolhemos Sentosa para passar o dia. Depois de tantos dias viajando, optamos por ficar na praia e relaxar um pouco. O metrô vai até o acesso para Sentosa, que é uma ilha. Da última parada do metrô, dá para chegar à ilha a pé, numa caminhada agradável, de teleférico ou de monorail. Optamos por ir a pé e depois voltamos de monorail.

Passarela para Sentosa: Cecília descobriu que é do signo de cachorro!!!

Em Sentosa, também tem a Universal Studios entre várias outras atrações. Nós escolhemos uma "barraca de praia" para sentar, aproveitar a piscina e descansar. Apenas cobram o que você consome.  Enquanto isso, a Cecília e o Emerson encararam o sol escaldante e foram para a fila do Luge e Skyride. Ali, você sobe num teleférico e desce numa espécie de carrinho de lomba. Não é barato: 2 voltas custam $28,00 por pessoa, mas a Cecília amou!

Luge: diversão do Emerson e Cecília
Resumo do dia na nossa barraca:

Como era segunda-feira, dava para escolher o lugar!

Suco de melancia para aliviar o calor


A praia não é muito bonita, cheia de navios de container... mas a água não é fria

Piscina 
E assim encerramos nossa viagem por Cingapura. Hora de voltarmos à África do Sul!!!

Hotel: Hotel Mi. Cingapura é uma cidade cara e não é fácil achar um hotel bom e barato. O valor da diária ficou em torno de R$ 400,00 e o quarto era pequeno, mas novo e limpo. Só não aprovamos nossos companheiros de andar, que eram muito barulhentos! O hotel ficava numa região agradável, perto de duas linhas diferentes de metrô.
Transporte: o metrô é ótimo e durante nossa estadia só nos locomovemos nele (ou a pé). Como no Japão, você escolhe o destino e paga de acordo com a distância andada. Para voltarmos ao aeroporto, também utilizamos o metrô e é muito barato. Na chegada, como nosso voo era tarde, precisamos pegar um táxi grande (para 7 pessoas) e gastamos $60,00.

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