sábado, 31 de janeiro de 2015

Palácio Nacional de Queluz: um pedaço da história do Brasil

Uma visita ao Palácio Nacional de Queluz é outro bate-volta bem fácil de fazer a partir de Lisboa. É mais perto do que Sintra e utiliza-se o mesmo trem, só que descendo na parada Queluz-Belas. Inclusive é possível conciliar com uma visita a Sintra, se ali não for conhecer muitas atrações. Dá para sair da Estação Rossio, com frequência a cada 15 minutos, e em cerca de 20 minutos já se chega a Queluz.

Dá para ir caminhando até o palácio, dá 900 metros, mas dessa vez pegamos um táxi (4 euros), inclusive porque estava chuviscando. 

Dessa vez, calculamos para chegar ao palácio a tempo de fazer a visita guiada (10:30), por cinco euros por pessoa (além do valor do ingresso). Foi muito bom e só tinha nós três. Várias salas que passariam apenas por bonitas ou pitorescas acabam tendo um outro significado, especialmente para quem tem interesse pela história do Brasil. Mesmo com a visita, às 12:30 já estávamos saindo do palácio, então calculo que um turno seja o suficiente para conhecê-lo. 


Início da visita pela Sala da Trono, com construção iniciada em 1768 após o casamento de D.Pedro III com a sobrinha, futura Rainha D. Maria I (essa a gente conhece, assim como o filho dela, Dom João VI !!!)
Além do palácio, dá para conhecer o jardim. Fomos apenas até a escadaria com a guia, mas o tempo não estava colaborando para um passeio. Dá para ver que a parte externa do palácio está bastante deteriorada, mas está sendo restaurada. Dessa vez, a pintura será azul, segundo estudos que fizeram acerca da pintura original.



Algumas salas diferentes, azulejadas:

Corredor dos Azulejos

E até com algumas pessoas caracterizadas para as visitas das escolas:


Esse é um canal revestido de azulejo. Ali a família real fazia passeios de barco enquanto músicos tocavam às margens. Meio estranho, pois o canal, embora tivesse 120 metros de comprimento, deveria ter uns 6 ou 7 metros de largura. Aí, imagina-se os nobres passeando de barquinho numa piscina azulejada para lá e para cá....


A parte que vimos dos jardins era lindíssima. Parece valer muito a pena passear por eles em um dia sem chuva: foi nosso único dia ruim em Lisboa :(



Aqui era o quarto da Carlota Joaquina, que foi parar no palácio devido a uma troca de princesas feita entre Portugal e Espanha. Veio da Espanha para se casar com D. João VI. A decoração é cheia de pinturas de criança, inclusive porque ela tinha cerca de 9 anos quando foi para Portugal.


Interessante o banheiro dela... literalmente um trono!


O quarto de Dom Pedro IV (em Portugal) ou Dom Pedro I (Brasil) está lá para visitar. Ele nasceu e morreu neste quarto, chamado de Quarto Dom Quixote, devido às pinturas.



Além da visita guiada, também tem essas telas para descobrir o que é cada coisa...



A fachada, de fato, não impressiona, ao menos por enquanto. Depois de restaurada, certamente melhorará muito! Se por fora o palácio está mal cuidado, por dentro está bem conservado e vale a pena ser visitado, especialmente pela forte ligação com a história do Brasil.

Parte da fachada

Recapitulando a história...

Foi neste lugar que a família real portuguesa morava quando fugiu para o Brasil, saindo de lá em 1807, durante a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão. Era ali que moravam Maria I (que em Portugal não  chamam de 'Maria Louca' como no Brasil), Dom João VI e Carlota Joaquina. Ali também foi onde nasceu e morreu Dom Pedro I, Imperador do Brasil. No Palácio, a Imperatriz Leopoldina apenas é citada, mas o quadro da esposa de Dom Pedro é de D. Amélia, com quem ele se casou ainda no Brasil, alguns anos após o falecimento de Leopoldina. Essa dizem que era muito bonita e eles parecem ter um carinho em relação a ela.

Quando a corte portuguesa retorna do Brasil para Portugal, volta para este palácio, em 1821. Nesta ocasião, Dom Pedro I fica no Brasil, proclamando a Independência no ano seguinte.

Posteriormente, com a morte de Dom João VI, rei de Portugal, Dom Pedro IV (nosso I) é aclamado rei, abdicando do trono em favor da filha D. Maria II e permanecendo no Brasil. Na época. ela tinha apenas 7 anos, e Dom Pedro determinou seu casamento com o tio de Maria (irmão de D. Pedro), D. Miguel, que em 1827 é nomeado regente durante a menoridade de D. Maria II. Entretanto, D. Pedro decide retornar a Portugal em 1831 para lutar pelo direito da filha ao trono, porque seu irmão Dom Miguel havia se aclamado rei absoluto de Portugal. Nessa ocasião, deixa seu filho mais novo no Brasil, nosso Dom Pedro II, com 5 anos.

Há a guerra civil em Portugal entre 1832 e 1834, sendo que os liberais (Dom Pedro IV, nosso I) vencem os absolutistas (seu irmão Dom Miguel, que é mandado para o exílio na Áustria, onde morre), e D. Maria II volta ao trono. Ainda em 1834, já debilitado pela tuberculose, Dom Pedro IV (nosso I) volta ao Palácio de Queluz, onde morre com 35 anos, em 24 de setembro. Foi-se jovem, o gajo, muito debilitado pelo cerco da cidade do Porto, onde, dizem, ele mesmo pegava em enxadas, pás e picaretas para construir junto com os seus soldados rasos as trincheiras do cerco contra seu irmão.

Para os brasileiros há muito o que se visitar em Portugal que nos facilita a compreensão da nossa história. Mas certamente o Palácio de Queluz é o lugar onde mais referências ao nosso passado se pode encontrar.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Sintra

Sintra é um passeio tradicional para quem está em Lisboa. É perto, fácil de chegar e com castelo e palácios. Dá para pegar o trem na Estação Rossio, bem central em Lisboa, que sai a cada 15 minutos, e em 40 minutos o trem para na estação final de Sintra. Uma breve caminhada (táxi ou ônibus) e já se avista ao Palácio Nacional de Sintra, bem no centro da cidade histórica. 

Optamos com conhecer o Palácio Nacional de Sintra, mais antigo e mais central. Para ir ao Castelo dos Mouros ou ao Palácio da Pena é imprescindível o táxi ou o ônibus circular, que passa pela estação ferroviária e pelo centro e vai até os demais pontos turísticos por 5 euros por dia. Quando a gente avista o castelo dos mouros dá para perceber que caminhar até lá não é para qualquer um.



Palácio Nacional de Sintra, visto do caminho
O palácio tem origem moura e dá para perceber que é muito diferente de todos os outros palácios que já passamos. Posteriormente ele foi ampliado por Dom Dinis, Dom João I e dom Manuel I.


Sala dos Cisnes

Sala dos Brasões, com escudos de 72 famílias
importantes do século XVI

Capela Palatina, com mosaico islâmico no chão


Cozinha

Detalhe dos chaminés na cozinha, aqueles enormes que se avistam de fora

Já na parte de fora.
Nesta foto, dá para ter noção da altura do Castelo dos Mouros (aquela imensa muralha). Imagino que a vista lá de cima deve ser incrível! Como já fomos a muitos castelos nessa viagem, esse fica para a próxima!



Embora tenha muita coisa para visitar, a cidade, em si, é muito pequena. Algumas ruazinhas com comércio, restaurantes e acabou.



Aproveitamos para ir na Casa da Piriquita, de 1846. Lá experimentados a queijada e o travesseiro, este marca registrada da casa, mas confesso que não achei assim tão maravilhoso.


Queijada e travesseiro
Minha opinião: Sintra vale a pena para uma visita a seu castelo, palácios e parques. A cidade em si, depois de tantas outras lindas que vimos por aqui, me decepcionou um pouco. Ah, e a temperatura é mais baixa que Lisboa. Chegamos lá um pouco antes das 11 horas e duas da tarde já retornamos. Chegando cedo, dá para conhecer o castelo e os dois palácios no mesmo dia, pegando o ônibus desde a estação ferroviária e parando pelo caminho.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Porto

19 a 24.01.2015


Na organização do nosso roteiro, deixamos cinco noites para Porto. A cidade não é tão grande, penso que em dois dias bem organizados dá para conhecê-la (ao menos o básico), mas então por que optamos por ficar cinco?
Primeiro, porque programamos 17 noites em Portugal. Então foi possível nos estender um pouco em Porto. Segundo, porque é inverno, dias com tempo ruim são comuns e estamos com a Cecília. Portanto, não dá para fazer muito num dia só. Terceiro, porque optamos por fazer viagens de um dia para cidades próximas, utilizando o trem e escolhendo os dias em que queríamos passear. Assim, dá para ver o dia em que o clima está melhor, que estamos menos cansados e não precisamos carregar malas ou fazer check in/check out nos hotéis.  Dá para ir de trem urbano, em 1 hora, para Braga, Guimarães, Aveiro e Barcelos, por exemplo. No mesmo tempo, em um trem "Intercidades", dá para chegar em Coimbra e, em cerca de trinta minutos, em Aveiro e Braga (claro que bem mais caro que o urbano), todos saindo da estação Porto Campanhã. Nós acabamos usando sempre o trem urbano, que sai da Estação São Bento.
Nos hospedamos no hotel Moov, chamado de B&B na época da reserva. Como estamos em três e precisamos de espaço, nosso quarto saiu por 63 euros por dia. Para casal, estava 42 euros. O hotel fica na praça da Batalha, a uma quadra (grande e com um morro íngreme...) da Estação de São Bento, onde chegamos vindos de Coimbra. Gostei bastante do hotel, está renovado e o quarto era muito espaçoso.

Vista do nosso quarto, Praça da Batalha

"Morrinho" entre a estação e a praça do hotel

Nossa linda sacada

Quarto espaçoso
Praça da Batalha, da sacada do hotel

No dia da nossa chegada, aproveitando um sol lindo que pouco tínhamos visto até aqui, passeamos bastante pela cidade. Fizemos o roteiro a pé que o Lonely Planet sugere no guia. Nesse dia, pegamos um táxi de Vila Nova de Gaia até o hotel (5 euros), e este foi o único transporte que pegamos em toda nossa estadia (acho que o teleférico não conta...). Como estamos com criança, concluo que é uma cidade que pode ser conhecida a pé mesmo, embora ela conte com metrô e alguns bondes. Também tem vários ônibus hop on hop off a preços razoáveis (vimos por 12 euros por dois dias). Nos outros quatro dias inteiros que tivemos, ficamos dois dias em Porto, um dia em Braga e outro em Guimarães.

E então, o que visitar na cidade do Porto?

Vão aí alguns lugares que fomos, não nessa ordem de visita ou preferência...

Av. Aliados:

Fica bem ao lado da Estação São Bento e também é uma boa região para hospedagem, se for utilizar a estação. A avenida é muito bonita, larga como poucas na cidade e com alguns cafés e restaurantes. Ao fundo, está a Câmara Municipal.


 

Torre dos Clérigos:

Fica bem próxima da Av. dos Aliados, no sentido oposto ao da Câmara Municipal. Dá para subir os 225 degraus em espiral para ter uma bela vista da cidade, mas não foi desta vez que fizemos isso.




Palácio da Bolsa, com a praça Infante Dom Henrique em frente:

Pelo relato do guia, o Palácio é muito bonito por dentro... mas apenas o visitamos por fora. Vínhamos de uma sequencia grande de castelos, igrejas e mosteiros onde vimos alguns interiores impressionantes. Assim, preferimos ir adiante no dia em que passamos por ali. 
A praça em frente tem a Estátua do Infante Dom Henrique.





Igreja de São Francisco:

Fica na mesma quadra do Palácio da Bolsa, porém em outra rua. De fora, parece uma igreja simples, mas o interior é surpreendente. Foi construída entre 1383 e 1410 e remodelada em 1425. Em obras posteriores, entre os séculos XVII e XVIII, recobriram os altares com cem quilos de ouro em folhas (de onde será o ouro????). A visita é paga e infelizmente não dá para fotografar...

Fachada externa da igreja (direita)

Ribeira, a Ponte Luís I e Vila Nova de Gaia:

Pela quantidade de fotos e tempo que passamos nessa área da cidade já dá para perceber que foi um dos locais que mais gostei. É impossível ir a Porto e não visitar! Como o nome diz, a Ribeira é o bairro que fica na beira do rio Douro, no lado de Porto. Do lado oposto, está Vila Nova de Gaia. A Ribeira é cheia de restaurantes, a maioria estilo "pega-turista". Preferimos almoçar numa rua paralela, que falarei mais adiante.


Praça da Ribeira


Restaurantes da Ribeira

É bem simples atravessar a Ponte Luís I para chegar a Vila Nova de Gaia. Da Ribeira, é mais fácil atravessar a ponte pelo andar inferior, onde também transitam os carros. Tem um café no "pé" da ponte que deve ser muito legal em dias mais quentes!


Já na ponte...

E lá vamos nós!
Vila Nova de Gaia também é ótima para passear a pé na Avenida Ramos Pinto, que é aquela mais próxima ao rio. Calçadas largas, vários pontos para sentar, descansar e apreciar a vista.

Já no lado de Vila Nova de Gaia

Muitos barquinhos 

Descansando....

... e brincando!
A vista é incrível, especialmente quando o sol resolve aparecer um pouco!



No primeiro dia que estivemos lá, sentamos num café e comemos muitos pastéis de nata deliciosos! Ficamos em Vila Nova de Gaia até anoitecer e foi nesse dia, nosso primeiro na cidade, que resolvemos pegar um táxi para voltar ao hotel... Pelas fotografias, dá para ver que toda a cidade é de altos e baixos. Ainda não sei como a Ce aguentou! Aliás, para uma visita a Portugal, as pernas devem estar preparadas...


Outro jeito de passar pela ponte Luís I é pelo andar superior, onde também passam os trens (metrô). É bastante alta, mas a vista compensa.  Depois de visitar a Sé, fica bem fácil pegar a rua que dá acesso a essa parte da ponte. Na parte inferior, na Ribeira (portanto no lado do Porto), também tem um elevador (tipo funicular) que termina na parte alta da ponte.

Início da travessia

Meio da travessia: dá um pouco de medo de chegar perto da proteção. 


Chegamos!
Claro que a gente também chega na parte alta de Vila Nova de Gaia, mas nosso objetivo era a parte da beira do rio. A descida não é tão simples assim... não é apenas descer uma ladeira e era isso.  Na parte final da ponte tem o teleférico que termina praticamente em frente a Ramos Pinto. Então, para economizarmos as perninhas da Cecília, optamos pelo passeio, que custa 5 euros por adulto e 2,50 a criança!

Que ponte linda! Na foto, com o trem na parte superior.
E quando as pernas estiverem com pouca energia, tem muitos bancos e áreas como a da foto para sentar e descansar, apreciando a linda vista da Ribeira!

Ce com a bateria nível perto do zero

Infelizmente, com a nossa parceira, acabamos não entrando em nenhuma vinícola, o que lastimo muito... pelo lado bom, temos um motivo para voltar à cidade no futuro! Muitas vinícolas ficam na própria Av. Ramos Pinto, de facílimo acesso.

Teleférico de Vila Nova de Gaia:

Como já mencionei antes, utilizamos o teleférico para descer da parte alta da ponte para a Av. Ramos Pinto, a rua que fica à margem do Rio Douro. O passeio é legal, especialmente para abreviar o deslocamento, seja para descer à cidade ou subir até a ponte e fazer a travessia pela parte superior, retornando ao Porto, na cidade alta.



Ponto de chegada


Passeio de Barco pelo Douro:

O clima não estava dos melhores para fazer um passeio de barco, mas fomos mesmo assim! O céu cinzento e o friozinho atrapalharam um pouco, mas foi possível conhecer as várias pontes que cruzam o Douro, num passeio de 50 minutos. O custo é de  12,50 euros por adulto (Ce não pagou). A mais linda na minha opinião continua sendo a Luís I!

Entrada do barco

Enfrentando o friozinho...  ficar dentro da cabine não tem graça!



Estação São Bento:

Nós chegamos por ela, vindos de Coimbra, utilizamos a estação para ir a Braga e Guimarães, e também nos despedimos da cidade, rumo à Estação Porto Campanhã por ela...Tem lindos painéis de azulejo. Por incrível que pareça, pelas leituras que fiz enquanto passeávamos nas livrarias, ela é mais nova que a estação Porto Campanhã, de onde saem os trens de longa distância. Da São Bento, apenas saem trens urbanos. Auxílio aos viajantes: algumas palavras tem a tônica diferente do que imagina um brasileiro. A estação Porto Campanhã se escreve com til e eles falam "campanhá". Outro exemplo é o rio, que a maioria de nós le "Têjo" enquanto os portugueses falam "Téjo" e por extensão a região de Évora eles chamam de "AlentÉjo". 



Aqui, a Ce já está na parte dos trilhos. Se a passagem não possui horário específico, é necessário fazer a validação do cartão nas máquinas amarelas que aparecem na foto.



Café Majestic:

Gostei e não gostei. Como assim? A cafeteria é linda, muito antiga e me lembrou a Confeitaria Colombo, do Rio. Entretanto, acho que só turistas entram ali... É um monte de gente fotografando (nós também, é claro...) e uns espiando pelo vidro da porta. Para padrões portugueses, é caríssima! Calculo que no mínimo o triplo de outros lugares. Recordo que pagamos quase 9 euros pelo que aparece na fotografia.




Mercado do Bolhão:

É um mercado para locais, com frutas, peixes, embutidos e flores. Quem entra pelo norte entra pelo andar superior, podendo se precipitar e dar meia volta. O aspecto do andar superior é feio e pouco arrumado. O andar inferior, mais bonito, tem bastante artesanato por preços bons e algumas bancas com produtos pitorescos, como se espera de um mercado público. Também tem lugares para fazer um lanchinho ou até almoçar, inclusive com recomendação do lonely planet. Portanto, não se deve desanimar com o aspecto da entrada de cima.


Alguém se arrisca? Já descobriram o que é aquela coisa clara, à direita?



Livraria Lello:

É uma livraria de 1906, lindíssima! Só é permitido fotografá-la entre 9 e 10 horas da manhã. Nunca vi uma livraria com tanto turista! Ela tem uma escadaria lindíssima e, no último andar, muitos livros antigos. É bem próxima da Torre dos Clérigos. Como ponto turístico está bem colocado, mas, para quem espera uma livraria, vai ser um pouco frustrante. O acervo conta com muitos livros bem antigos, o que a princípio seria ótimo, mas sem a organização de um sebo. Os livros estão lá mais para decoração do que para comércio. E, para resumir, uma livraria portuguesa que tem apenas uma edição em português de "Os Maias" não deve estar assim tão preocupada com literatura (colaboração e comentários: Emerson).

Já deu para ver onde é? Dica: está cheio de gente já na frente da loja


Sé:

Foi fundada no século XII. Não entramos na igreja, apenas ficamos no pátio que tem em frente, com belas vistas de Vila Nova de Gaia. Dali, é bem fácil de acessar a ponte Luís I e atravessá-la pela parte superior.






Ruas do Porto:

Se não bastasse o resto, um passeio pelas ruas da cidade já é incrível. Claro que há muitos prédios em ruínas, abandonados, mas a cidade continua linda mesmo assim! Aliás, Portugal enfrenta problemas para a conservação de suas fachadas. As heranças são partilhadas por muitos familiares que por vezes nem moram mais em Portugal e não tem interesse em cuidar do espólio. A burocracia trata de dar o arremate para inviabilizar um cuidado melhor ou uma intervenção urbana mais ágil. 

Pracinha próximo da Torre dos Clérigos

Algumas fachadas conservadas

Uma volta ao tempo...

Rua das Flores: muitas famílias ricas viveram ali
Próximo da beira do rio está a rua medieval Fonte Taurina, que termina (ou começa) na Praça da Ribeira. Tem vários restaurantes e acabamos indo no Restaurante Postigo do Carvão. Local bem agradável, com comida boa a preços razoáveis. Pelo que recordo, gastamos em torno de 45 euros, com gorjeta.

Rua da Fonte Taurina
Restaurante Postigo do Carvão
Comemos bem no Porto! Outro lugar muito bom que fomos foi o Restaurante Escondidinho. Fica na Rua Passos Manuel, quase na altura da Rua Santa Catarina e perto do hotel que ficamos. O restaurante tem 80 anos (se durou tanto, presume-se ser bom...) e serve uma comida excelente! Pedimos três pratos ótimos (escondidinho de bacalhau, massa bolonhesa e risoto de camarão), com entrada e vinho. Foi nossa refeição mais cara da viagem, 70 euros com gorjeta (serviço excelente), mas o restaurante faz por merecer.

Na última noite, também perto do nosso hotel, fomos no Restaurante Maria Rita. Pareceu-me muito frequentado pelos locais, um restaurante familiar: vi pelo menos três gerações. Era sexta-feita e estava cheio! Comemos dois tipos de bacalhau, bife, arroz, salada e ovo para a Ce, além de vinho e entrada com queijo e uma espécie de embutido. Aí o preço foi bem mais em conta, praticamente metade do Escondidinho. O Emerson, que foi no bacalhau em ambos, vota no peixe da Maria Rita.

Porto é incrível! É uma cidade maior do que aquelas que visitamos antes, mas com a essência daquilo que imaginamos de Portugal. Na hora que o trem deixou a Estação São Bento, com um céu azul lindíssimo, fiquei triste em sair de Porto... Cidade linda, com história sem perder a essência, mas também com vida, livrarias, lojas, muitos cafés e restaurantes. Além de tudo, barata, tanto na hospedagem quanto na comida.

Não tenho dúvida de que voltarei no futuro...
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