terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Porto

19 a 24.01.2015


Na organização do nosso roteiro, deixamos cinco noites para Porto. A cidade não é tão grande, penso que em dois dias bem organizados dá para conhecê-la (ao menos o básico), mas então por que optamos por ficar cinco?
Primeiro, porque programamos 17 noites em Portugal. Então foi possível nos estender um pouco em Porto. Segundo, porque é inverno, dias com tempo ruim são comuns e estamos com a Cecília. Portanto, não dá para fazer muito num dia só. Terceiro, porque optamos por fazer viagens de um dia para cidades próximas, utilizando o trem e escolhendo os dias em que queríamos passear. Assim, dá para ver o dia em que o clima está melhor, que estamos menos cansados e não precisamos carregar malas ou fazer check in/check out nos hotéis.  Dá para ir de trem urbano, em 1 hora, para Braga, Guimarães, Aveiro e Barcelos, por exemplo. No mesmo tempo, em um trem "Intercidades", dá para chegar em Coimbra e, em cerca de trinta minutos, em Aveiro e Braga (claro que bem mais caro que o urbano), todos saindo da estação Porto Campanhã. Nós acabamos usando sempre o trem urbano, que sai da Estação São Bento.
Nos hospedamos no hotel Moov, chamado de B&B na época da reserva. Como estamos em três e precisamos de espaço, nosso quarto saiu por 63 euros por dia. Para casal, estava 42 euros. O hotel fica na praça da Batalha, a uma quadra (grande e com um morro íngreme...) da Estação de São Bento, onde chegamos vindos de Coimbra. Gostei bastante do hotel, está renovado e o quarto era muito espaçoso.

Vista do nosso quarto, Praça da Batalha

"Morrinho" entre a estação e a praça do hotel

Nossa linda sacada

Quarto espaçoso
Praça da Batalha, da sacada do hotel

No dia da nossa chegada, aproveitando um sol lindo que pouco tínhamos visto até aqui, passeamos bastante pela cidade. Fizemos o roteiro a pé que o Lonely Planet sugere no guia. Nesse dia, pegamos um táxi de Vila Nova de Gaia até o hotel (5 euros), e este foi o único transporte que pegamos em toda nossa estadia (acho que o teleférico não conta...). Como estamos com criança, concluo que é uma cidade que pode ser conhecida a pé mesmo, embora ela conte com metrô e alguns bondes. Também tem vários ônibus hop on hop off a preços razoáveis (vimos por 12 euros por dois dias). Nos outros quatro dias inteiros que tivemos, ficamos dois dias em Porto, um dia em Braga e outro em Guimarães.

E então, o que visitar na cidade do Porto?

Vão aí alguns lugares que fomos, não nessa ordem de visita ou preferência...

Av. Aliados:

Fica bem ao lado da Estação São Bento e também é uma boa região para hospedagem, se for utilizar a estação. A avenida é muito bonita, larga como poucas na cidade e com alguns cafés e restaurantes. Ao fundo, está a Câmara Municipal.


 

Torre dos Clérigos:

Fica bem próxima da Av. dos Aliados, no sentido oposto ao da Câmara Municipal. Dá para subir os 225 degraus em espiral para ter uma bela vista da cidade, mas não foi desta vez que fizemos isso.




Palácio da Bolsa, com a praça Infante Dom Henrique em frente:

Pelo relato do guia, o Palácio é muito bonito por dentro... mas apenas o visitamos por fora. Vínhamos de uma sequencia grande de castelos, igrejas e mosteiros onde vimos alguns interiores impressionantes. Assim, preferimos ir adiante no dia em que passamos por ali. 
A praça em frente tem a Estátua do Infante Dom Henrique.





Igreja de São Francisco:

Fica na mesma quadra do Palácio da Bolsa, porém em outra rua. De fora, parece uma igreja simples, mas o interior é surpreendente. Foi construída entre 1383 e 1410 e remodelada em 1425. Em obras posteriores, entre os séculos XVII e XVIII, recobriram os altares com cem quilos de ouro em folhas (de onde será o ouro????). A visita é paga e infelizmente não dá para fotografar...

Fachada externa da igreja (direita)

Ribeira, a Ponte Luís I e Vila Nova de Gaia:

Pela quantidade de fotos e tempo que passamos nessa área da cidade já dá para perceber que foi um dos locais que mais gostei. É impossível ir a Porto e não visitar! Como o nome diz, a Ribeira é o bairro que fica na beira do rio Douro, no lado de Porto. Do lado oposto, está Vila Nova de Gaia. A Ribeira é cheia de restaurantes, a maioria estilo "pega-turista". Preferimos almoçar numa rua paralela, que falarei mais adiante.


Praça da Ribeira


Restaurantes da Ribeira

É bem simples atravessar a Ponte Luís I para chegar a Vila Nova de Gaia. Da Ribeira, é mais fácil atravessar a ponte pelo andar inferior, onde também transitam os carros. Tem um café no "pé" da ponte que deve ser muito legal em dias mais quentes!


Já na ponte...

E lá vamos nós!
Vila Nova de Gaia também é ótima para passear a pé na Avenida Ramos Pinto, que é aquela mais próxima ao rio. Calçadas largas, vários pontos para sentar, descansar e apreciar a vista.

Já no lado de Vila Nova de Gaia

Muitos barquinhos 

Descansando....

... e brincando!
A vista é incrível, especialmente quando o sol resolve aparecer um pouco!



No primeiro dia que estivemos lá, sentamos num café e comemos muitos pastéis de nata deliciosos! Ficamos em Vila Nova de Gaia até anoitecer e foi nesse dia, nosso primeiro na cidade, que resolvemos pegar um táxi para voltar ao hotel... Pelas fotografias, dá para ver que toda a cidade é de altos e baixos. Ainda não sei como a Ce aguentou! Aliás, para uma visita a Portugal, as pernas devem estar preparadas...


Outro jeito de passar pela ponte Luís I é pelo andar superior, onde também passam os trens (metrô). É bastante alta, mas a vista compensa.  Depois de visitar a Sé, fica bem fácil pegar a rua que dá acesso a essa parte da ponte. Na parte inferior, na Ribeira (portanto no lado do Porto), também tem um elevador (tipo funicular) que termina na parte alta da ponte.

Início da travessia

Meio da travessia: dá um pouco de medo de chegar perto da proteção. 


Chegamos!
Claro que a gente também chega na parte alta de Vila Nova de Gaia, mas nosso objetivo era a parte da beira do rio. A descida não é tão simples assim... não é apenas descer uma ladeira e era isso.  Na parte final da ponte tem o teleférico que termina praticamente em frente a Ramos Pinto. Então, para economizarmos as perninhas da Cecília, optamos pelo passeio, que custa 5 euros por adulto e 2,50 a criança!

Que ponte linda! Na foto, com o trem na parte superior.
E quando as pernas estiverem com pouca energia, tem muitos bancos e áreas como a da foto para sentar e descansar, apreciando a linda vista da Ribeira!

Ce com a bateria nível perto do zero

Infelizmente, com a nossa parceira, acabamos não entrando em nenhuma vinícola, o que lastimo muito... pelo lado bom, temos um motivo para voltar à cidade no futuro! Muitas vinícolas ficam na própria Av. Ramos Pinto, de facílimo acesso.

Teleférico de Vila Nova de Gaia:

Como já mencionei antes, utilizamos o teleférico para descer da parte alta da ponte para a Av. Ramos Pinto, a rua que fica à margem do Rio Douro. O passeio é legal, especialmente para abreviar o deslocamento, seja para descer à cidade ou subir até a ponte e fazer a travessia pela parte superior, retornando ao Porto, na cidade alta.



Ponto de chegada


Passeio de Barco pelo Douro:

O clima não estava dos melhores para fazer um passeio de barco, mas fomos mesmo assim! O céu cinzento e o friozinho atrapalharam um pouco, mas foi possível conhecer as várias pontes que cruzam o Douro, num passeio de 50 minutos. O custo é de  12,50 euros por adulto (Ce não pagou). A mais linda na minha opinião continua sendo a Luís I!

Entrada do barco

Enfrentando o friozinho...  ficar dentro da cabine não tem graça!



Estação São Bento:

Nós chegamos por ela, vindos de Coimbra, utilizamos a estação para ir a Braga e Guimarães, e também nos despedimos da cidade, rumo à Estação Porto Campanhã por ela...Tem lindos painéis de azulejo. Por incrível que pareça, pelas leituras que fiz enquanto passeávamos nas livrarias, ela é mais nova que a estação Porto Campanhã, de onde saem os trens de longa distância. Da São Bento, apenas saem trens urbanos. Auxílio aos viajantes: algumas palavras tem a tônica diferente do que imagina um brasileiro. A estação Porto Campanhã se escreve com til e eles falam "campanhá". Outro exemplo é o rio, que a maioria de nós le "Têjo" enquanto os portugueses falam "Téjo" e por extensão a região de Évora eles chamam de "AlentÉjo". 



Aqui, a Ce já está na parte dos trilhos. Se a passagem não possui horário específico, é necessário fazer a validação do cartão nas máquinas amarelas que aparecem na foto.



Café Majestic:

Gostei e não gostei. Como assim? A cafeteria é linda, muito antiga e me lembrou a Confeitaria Colombo, do Rio. Entretanto, acho que só turistas entram ali... É um monte de gente fotografando (nós também, é claro...) e uns espiando pelo vidro da porta. Para padrões portugueses, é caríssima! Calculo que no mínimo o triplo de outros lugares. Recordo que pagamos quase 9 euros pelo que aparece na fotografia.




Mercado do Bolhão:

É um mercado para locais, com frutas, peixes, embutidos e flores. Quem entra pelo norte entra pelo andar superior, podendo se precipitar e dar meia volta. O aspecto do andar superior é feio e pouco arrumado. O andar inferior, mais bonito, tem bastante artesanato por preços bons e algumas bancas com produtos pitorescos, como se espera de um mercado público. Também tem lugares para fazer um lanchinho ou até almoçar, inclusive com recomendação do lonely planet. Portanto, não se deve desanimar com o aspecto da entrada de cima.


Alguém se arrisca? Já descobriram o que é aquela coisa clara, à direita?



Livraria Lello:

É uma livraria de 1906, lindíssima! Só é permitido fotografá-la entre 9 e 10 horas da manhã. Nunca vi uma livraria com tanto turista! Ela tem uma escadaria lindíssima e, no último andar, muitos livros antigos. É bem próxima da Torre dos Clérigos. Como ponto turístico está bem colocado, mas, para quem espera uma livraria, vai ser um pouco frustrante. O acervo conta com muitos livros bem antigos, o que a princípio seria ótimo, mas sem a organização de um sebo. Os livros estão lá mais para decoração do que para comércio. E, para resumir, uma livraria portuguesa que tem apenas uma edição em português de "Os Maias" não deve estar assim tão preocupada com literatura (colaboração e comentários: Emerson).

Já deu para ver onde é? Dica: está cheio de gente já na frente da loja


Sé:

Foi fundada no século XII. Não entramos na igreja, apenas ficamos no pátio que tem em frente, com belas vistas de Vila Nova de Gaia. Dali, é bem fácil de acessar a ponte Luís I e atravessá-la pela parte superior.






Ruas do Porto:

Se não bastasse o resto, um passeio pelas ruas da cidade já é incrível. Claro que há muitos prédios em ruínas, abandonados, mas a cidade continua linda mesmo assim! Aliás, Portugal enfrenta problemas para a conservação de suas fachadas. As heranças são partilhadas por muitos familiares que por vezes nem moram mais em Portugal e não tem interesse em cuidar do espólio. A burocracia trata de dar o arremate para inviabilizar um cuidado melhor ou uma intervenção urbana mais ágil. 

Pracinha próximo da Torre dos Clérigos

Algumas fachadas conservadas

Uma volta ao tempo...

Rua das Flores: muitas famílias ricas viveram ali
Próximo da beira do rio está a rua medieval Fonte Taurina, que termina (ou começa) na Praça da Ribeira. Tem vários restaurantes e acabamos indo no Restaurante Postigo do Carvão. Local bem agradável, com comida boa a preços razoáveis. Pelo que recordo, gastamos em torno de 45 euros, com gorjeta.

Rua da Fonte Taurina
Restaurante Postigo do Carvão
Comemos bem no Porto! Outro lugar muito bom que fomos foi o Restaurante Escondidinho. Fica na Rua Passos Manuel, quase na altura da Rua Santa Catarina e perto do hotel que ficamos. O restaurante tem 80 anos (se durou tanto, presume-se ser bom...) e serve uma comida excelente! Pedimos três pratos ótimos (escondidinho de bacalhau, massa bolonhesa e risoto de camarão), com entrada e vinho. Foi nossa refeição mais cara da viagem, 70 euros com gorjeta (serviço excelente), mas o restaurante faz por merecer.

Na última noite, também perto do nosso hotel, fomos no Restaurante Maria Rita. Pareceu-me muito frequentado pelos locais, um restaurante familiar: vi pelo menos três gerações. Era sexta-feita e estava cheio! Comemos dois tipos de bacalhau, bife, arroz, salada e ovo para a Ce, além de vinho e entrada com queijo e uma espécie de embutido. Aí o preço foi bem mais em conta, praticamente metade do Escondidinho. O Emerson, que foi no bacalhau em ambos, vota no peixe da Maria Rita.

Porto é incrível! É uma cidade maior do que aquelas que visitamos antes, mas com a essência daquilo que imaginamos de Portugal. Na hora que o trem deixou a Estação São Bento, com um céu azul lindíssimo, fiquei triste em sair de Porto... Cidade linda, com história sem perder a essência, mas também com vida, livrarias, lojas, muitos cafés e restaurantes. Além de tudo, barata, tanto na hospedagem quanto na comida.

Não tenho dúvida de que voltarei no futuro...

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