sábado, 7 de março de 2015

Lisboa I - Entre o Chiado, a Baixa e a Alfama

Vindos de Porto, depois de uma viagem de trem de três horas, chegamos em Lisboa! Acabamos contratando o transporte entre a estação de trem e o nosso apartamento por 20 euros. Alugamos nossa casa pelo airbnb por seis noites, localizada na Rua Anchieta, no Chiado, a menos de uma quadra da Livraria Bertrand. Enfim, uma máquina de lavar roupa!!! Claro que vínhamos lavando a roupa pelo caminho, mas sempre na pia do banheiro :(

Chegando no apartamento, embora soubéssemos que não teria elevador, a escada nos assustou um pouco. Era muito estreita, velha e de madeira. O apartamento, entretanto, estava reformado. Como chegamos num sábado, estava acontecendo uma feira de alfarrabistas (sebo) na nossa rua. O apartamento era muito bem localizado, mas, como já conversamos algumas vezes, ainda não sabemos se gostamos ou não. No inverno, embora os dias não tenham sido frios, acho que não voltaríamos lá, porque o aquecimento é feito com apenas duas estufas a óleo. Outro problema nosso (e não do apartamento), foi que não achamos confortável dormir da cama do segundo piso. Então, um de nós foi para a cama da Ce e outro para o sofá!



Ce em sua cadeira preferida

Vista da janela: feira de alfarrabistas

Livraria Bertrand, na esquina do apartamento: desde 1732, no mesmo lugar! A mais antiga do mundo em funcionamento

Largamos nossas coisas no apartamento e fomos dar uma volta na parte baixa da cidade. Muito fácil de ir a pé mesmo... A cidade estava lotada, bem diferente do que estávamos vendo pelo resto de Portugal. Fomos até a Praça do Comércio, onde também fica o famoso Arco da Vitória. Na praça está um dos postos do escritório de turismo da cidade, onde compramos nosso Lisboa Card 72 horas. Ele vale para vários lugares e também para todos os meios de transporte, incluindo ida/volta a Sintra, elétricos, bondes, ônibus, metrô e elevadores. São 72 horas, contadas da hora do primeiro uso (e não três dias).



Encontrando o Tejo

Passeamos também pela Rua Augusta, até a Praça do Rossio e a Praça da Figueira.


Esta estátua viva mereceu nosso dinheiro

Em outro dia voltamos à Baixa e, bem pertinho da praça do Rossio, no Largo de São Domingos, experimentamos a "Ginjinha" original. É uma bebida famosa da cidade e lembra um pouco o gosto do vinho do Porto.


Este largo foi um dos lugares mais usados na inquisição e foi também onde ocorreu um massacre de judeus. Atualmente é um ponto de encontro de imigrantes africanos.




Já na Praça da Figueira tem o Hospital de Bonecas. Entramos por causa da Cecília, mas adoramos a espécie de museu que tem lá. A entrada custa 2 euros e é a própria dona que faz uma visita guiada pelo museu, com muitas bonecas, casa de bonecas, peças e o próprio hospital. Ela é uma senhora e é a quinta geração a cuidar do hospital.




No domingo, quando saímos do nosso apartamento, vimos tudo mais tranquilo. Não tinha mais movimento e até conseguimos chegar perto do "Fernando Pessoa". Bem pertinho do café "A Brasileira", pegamos nosso elétrico 28, o mais tradicional e turístico, e fomos para a Alfama.

Famoso café no Chiado

Ce com o Fernando Pessoa

Chiado no domingo de manhã: vazio

Largo do Chiado, ao anoitecer


Passeando no elétrico 28, para chegar a Alfama

Se a primeira impressão de Lisboa deixou a desejar, com toda aquela gente, a segunda impressão não poderia ter sido melhor! Eu adorei a Alfama, com suas ruas tortas, casas antigas, muitos miradouros e seu incrível castelo.

Descemos na parada da Graça, na praça, e saímos em busca do miradouro de mesmo nome. A vista da cidade é linda e nela também se inclui o castelo!




Uma pracinha na Alfama...

E aqui a dica é óbvia: desça no ponto mais alto que você deseja ir... Seguimos do miradouro da Graça, morro abaixo, até o Largo das Portas do Sol. Que vista, agora do Tejo e das casinhas brancas do bairro. Ali tem uma pequena cafeteria, mas sem nada que a nossa pequena acompanhante comesse.


Mais uns passinhos e chegamos no Miradouro de Santa Luzia... outro lugar lindo.


Elétrico 28

E depois de tanta coisa linda, o lugar que considero imperdível em Lisboa: o Castelo de São Jorge. Chegamos lá já tendo visto vários castelos em Portugal, todos incríveis, mas acho que foi ótimo deixar este para o final. Ele é incrível e está muito bem cuidado. Eu me surpreendi positivamente com o passeio.

Entrada do castelo...

... e suas ruazinhas


O Lisboa Card não dá entrada gratuita, mas tem desconto com ele. A construção do Castelo foi iniciada pelos árabes entre os séculos X e XI, mas o lugar guarda vestígios ainda do século VI a.C. Em 1147, Dom Afonso Henriques tomou a cidade de Lisboa dos mouros e o castelo viveu seu tempo de Paço Real.

Linda vista, dá para passar o dia se tiver tempo!

Herança moura

Cheio de gente apreciando a vista

Entrada do castelo propriamente dito...

A igreja da Glória, no mirante onde estávamos

Dá para caminhar por tudo

Neste mesmo dia, fomos até o Museu dos Azulejos. Lá a entrada é gratuita com o Lisboa Card, mas é bem longe para chegar e acho que só vale a pena para quem tem vários dias na cidade. Se o tempo for curto, melhor dar prioridade para outros lugares! O que é bem interessante é a explicação sobre a "evolução" dos azulejos. No início, era observada a origem moura, com apenas padrões repetidos e sem figura humana. Depois, os portugueses mudaram a tradição (o que não foi feito na Espanha, segundo o museu).



Já com pinturas humanas

O mais famoso do museu: Vista panorâmica de Lisboa, antes do terremoto de 1755


Aproveitando a visita a Alfama, dá para conhecer a Casa dos Bicos, construída em 1523. Seus dois pisos superiores (do total de 4) foram destruídos pelo terremoto de 1755 e posteriormente restaurados a partir de desenhos preservados em azulejos da época. Atualmente é sede da Fundação José Saramago e, para quem gosta de literatura, é visita obrigatória.


Construções da época romana preservadas dentro do prédio

Anotações e correções feitas pelo Saramago

Reprodução do escritório


Lugar onde as cinzas do Saramago estão, sob a figueira que veio de Azinhaga,
onde nasceu o escritor. A terra usada é de Lanzarote, onde ele morava.

Isso aí... sempre e pra tudo na vida


Um belo jeito de subir da baixa para a alta são os elevadores. Tem o famoso Elevador de Santa Justa, próximo à praça do Rossio (bem fácil de ver) e também o Elevador da Glória, que sai da ponta da Praça dos Restauradores, na esquina com a Av. da Liberdade.

O Elevador de Santa Justa é o único que é vertical. Ele tem uma bela vista da cidade, mas acabamos não subindo no último andar. Na parte alta, ele sai ao lado do Convento do Carmo.

Vista da Praça do Rossio




Já o Elevador da Glória termina no Miradouro São Pedro Alcântara. Acabamos subindo no final da tarde e a vista foi linda, com o Castelo de São Jorge se iluminando ao fundo.




Outro lugar muito legal é o  Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré, perto da Praça do Comércio. Nós fomos jantar lá em uma das noites  e adoramos. Tem comida para todos os gostos e é como se fosse uma grande praça de alimentação, com comidas gourmet a preços bem razoáveis (menos de 10 euros). Para voltar ao chiado é bem fácil: basta pegar o elevador da Bica, a poucas quadras do mercado.

Mercado da Ribeira


Subindo até o Chiado
Essa foi a parte que nós passamos... certamente tem muito mais para ver! Para os próximos posts de Lisboa, um pouco do Bairro de Belém e do Parque das Nações, este o lugar preferido da Cecília.

Mais de Lisboa:

Lisboa II
Lisboa III

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