sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Dachau: visita a um campo de concentração da Alemanha


Na nossa primeira tarde em Munique, resolvemos visitar Dachau. Este campo de concentração, hoje memorial, é de fácil acesso para quem está na cidade e é bem simples de chegar utilizando o transporte público. Compramos o passe XXL, que custa 16,10 euros e pode ser utilizado por até cinco adultos (2 crianças valem por 1 adulto) durante um dia. Esse passe abrange a região onde se situa Dachau.

O mesmo passe também é válido para o ônibus que sai da estação de trem e leva até a porta do Campo de Concentração. É só descer do trem, seguir as placas de "bus" e pegar o ônibus 726. A parada deste ônibus está muito bem sinalizada, não tem como errar! Aliás, é totalmente recomendável pegar o ônibus, porque é longa a caminhada até a entrada do campo e já se caminha muito durante a visita.


Como todo campo de concentração, o acesso é gratuito. Na entrada têm banheiros, uma lancheria, loja e um lugar para alugar áudio-guia, inclusive em português, pelo valor de 4 euros.

Mais uma pequena caminhada e chegamos no portão de ferro com a inscrição "arbeit macht frei", ou seja, "o trabalho liberta" (foto acima), que foi colocada na entrada de vários campos de concentração.

A visita inicia pelo museu, antigo prédio da administração do campo, que tem vários painéis ilustrando e contando a história desde o fim da 1ª Guerra Mundial até a libertação dos prisioneiros pelos americanos. 

A primeira sala da visita mostra o local onde eram recolhidos os pertences dos prisioneiros (foto abaixo).



Outra sala era o local onde os prisioneiros tomavam banho. Na foto abaixo, dá para ver o lugar como é atualmente, além de uma fotografia da época, com os chuveiros no teto.



O museu é enorme! Levamos mais de duas horas para visitá-lo e tivemos que apurar a visita no final, em razão do horário. 

Mapa mostrando a origem dos prisioneiros por país e por ano, num total de mais de 200.000 pessoas

Parte externa do museu
Depois da visita ao museu, seguimos para os alojamentos. Dois deles foram reconstruídos, sendo que em relação aos demais restou apenas a fundação. O campo foi ampliado pelos próprios prisioneiros, com capacidade para 6.000. Por lá, passaram mais de 200.000 prisioneiros de 1933 a 1945, sendo que o número foi bem maior nos anos finais, conforme ilustra o painel da fotografia anterior.


Alojamentos


O banheiro era coletivo

Dachau foi o primeiro campo de concentração e servia de modelo para os demais. Foi o único que durou todo o período. Não era um campo de extermínio (como foi Birkenau), mas foi grande o número de prisioneiros mortos, seja pelas precárias condições em que viviam ou porque foram de fato mortos.

Fundações dos alojamentos e, ao fundo, um dos alojamentos reconstruídos
Separado do alojamento, está o crematório antigo, onde 11.000 pessoas foram queimadas. Posteriormente, foi construído um prédio maior, com salas para estocar corpos, um novo crematório (com ganchos no teto para enforcamento), além de uma câmara de gás (embora não existam registros de mortes em massa nesta câmara).

Crematório mais novo, com os ganchos no teto para enforcamento
Na entrada da câmara de gás há a inscrição "brausebad". Ali (no local da fotografia) era a sala onde as pessoas tiravam a roupa para entrarem na "brausebad" e "irem tomar banho".


Crematório antigo, onde foram queimadas 11.000 pessoas


Cercas para impedir a fuga dos prisioneiros


Famosa escultura (em reforma) que fica na frente do museu

Essa é a principal mensagem que podemos levar da visita
É importante reservar no mínimo 3 horas para a visita. Ficamos lá quase 4 horas e apuramos a visita no museu, porque o memorial fecha às 17 horas.

Também utilizamos o ônibus para voltar à estação e lá pegamos o trem diretamente para o centro de Munique.

Nesta viagem, a Cecília faltou uma semana de aula pela primeira vez, mas torço que ela leve para sua vida outros conhecimentos... Espero que a possibilidade de estar presente aonde a história aconteceu e ver o mundo com os próprios olhos seja seu grande aprendizado, inclusive para fazer cumprir a mensagem que levamos dessa visita: "Never again".





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