domingo, 21 de janeiro de 2018

Hiroshima: não deixe de visitar numa viagem ao Japão

Deixamos Kyoto e partimos rumo a Hiroshima, utilizando nosso JR Pass. Pegamos um shinkansen, como são chamados os trens de alta velocidade, e em duas horas chegamos na estação principal de Hiroshima, mesmo fazendo uma troca de trem em Kobe. São 361 quilômetros de distância entre as duas cidades. 

Viajar de trem pelo Japão é ótimo! Os trens são rápidos, confortáveis e em pouco tempo você deixa o centro de uma cidade e chega em outra. Além de tudo, pelo menos os que pegamos, são pontualíssimos! É só cuidar o número do trem, horário e destino final que é facílimo de se orientar. 

Nosso hotel em Hiroshima era bem perto da estação. Aliás, nem utilizamos transporte público na cidade. Fizemos tudo a pé. Largamos as malas no hotel e aproveitamos o dia lindo e de temperatura agradável para conhecer a cidade. 



Nosso destino era o Parque Memorial da Paz e arredores, cerca de 30 minutos a pé a partir do hotel. Passamos pela Rua Hondori, toda coberta e cheia de lojas. Além desta, tem outra rua coberta,  que nos ajudou no dia chuvoso que fez na cidade.


Mesmo se for apenas para visitar o Parque Memorial da Paz, o Museu e o Domo da Bomba Atômica, já vale a pena incluir Hiroshima no roteiro. Mas Hiroshima é mais que isso... posso dizer que dentre as cidades que visitamos escolheria esta para morar.

Memorial aos estudantes mobilizados
Além do museu, uma das visitas que causa maior impacto é o Domo da Bomba Atômica, que eles nominam de A-bomb Dome (ou Genbaku Dome). A bomba explodiu cerca de 160 metros de distância deste prédio e 600 metros acima, sendo um dos poucos que sobraram depois da explosão. Todas as pessoas que estavam em seu interior morreram. Houve um impasse sobre a manutenção ou demolição do prédio. Optou-se por mantê-lo e lembrar do episódio triste da cidade, que  clama pela paz.

Esse edifício foi construído em 1915 e declarado patrimônio mundial da Unesco em 1996.



A foto mostra como o prédio era antes da bomba atômica
No Parque Memorial da Paz há diversas homenagens e monumentos. Esse abaixo é o Monumento das Crianças à Paz, inspirado em Sadako Sasaki. Sadako descobriu que estava com leucemia aos 11 anos, em 1955 e decidiu criar 1000 tsurus, símbolo da longevidade e felicidade. Ela faleceu antes de alcançar sua meta, mas até hoje os tsurus estão por tudo em Hiroshima: um símbolo da cidade.



No nosso passeio pelo parque, várias crianças nos abordaram para um questionário (trabalho da escola). A comunicação não foi muito fácil, então as perguntas vieram escritas e as respostas também! Foi difícil chegar ao museu, diante de tantos pedidos de resposta aos questionários!

Alunas fazendo o trabalho de escola


Cenotáfio: lugar onde estão registrados os nomes das vítimas da bomba identificadas,
além da chama da paz 
O Museu Memorial da Paz é pequeno (200 yenes/adulto), mas vale muito a pena a visita. Imperdível para quem vai a Hiroshima. Já choca na entrada:

Um mural enorme da cidade em 1945:


Um relógio:


E outro mural enorme, marcando a destruição da cidade:


Depois são vários murais contando a história da bomba, desde a sua criação em Alamogordo (pertinho do White Sands National Monument, aonde estivemos em 2017), as consequências tanto na cidade de Hiroshima quanto em Nagasaki, além da reconstrução da cidade.

Fat Man: bomba de Nagasaki (plutônio); Little Boy: bomba de Hiroshima (urânio)

Imagem mostrando que a destruição em Hiroshima, à direita, foi maior
A bomba de Hiroshima matou 140.000 pessoas até o final do ano de 1945. Além das pessoas que morreram com a explosão da bomba, muitas sofreram queimaduras e morreram nos dias seguintes, e outras adoeceram em decorrência da radiação.

Na segunda parte do museu há vários objetos doados por famílias vítimas da bomba. Essa bicicleta foi doada muitos anos após a morte da criança que brincava com ela... o pai do menino enterrou o filho junto com a bicicleta e a desenterrou muitos anos após, doando-a ao museu.




Esse relógio parou na exata hora da explosão da bomba atômica:


Esses tsurus são o símbolo da cidade e foram doados por Shigeo e Masahiro Sasaki (mesmo sobrenome da criança que fez os tsurus quando estava doente)


São inúmeros objetos e todos têm uma história, fazem referência ao seu dono e o que aconteceu com ele. Essa "personalização" dos objetos é muito impactante.

Apesar de todo esse passado triste, a cidade não parece rancorosa. Apenas busca a paz. É muito agradável caminhar pelas ruas, uma cidade acolhedora.


O prato tradicional da cidade é o Okonomiyaki. Ele está por toda a parte!!! Escolhemos um restaurante e fomos provar. Não é nenhuma maravilha, mas é gostoso. Tem muita coisa dentro: repolho, broto de feijão, ovo, massa, molhos, carne de porco... Eles fazem dentro do restaurante mesmo! Embora a gente saia defumado, vale muito a pena a experiência.



Ficaríamos duas noites na cidade, mas um dia de chuva nos fez ficar um dia a mais, porque queríamos ir a Miyajima, que é outra visita imperdível para quem esta em Hiroshima.


Período: 16 a 19/01/2018
Hotel: Century 21. Hotel antigo, mas com quartos espaçosos. Ficamos duas noites num quarto tradicional japonês, mas não é confortável dormir em futons sobre os tatames. Na terceira noite fomos para um quarto "normal", enorme até para nossos padrões. Tinha até lavabo, além do banheiro normal. O valor foi de R$ 270,00 para 4 pessoas com café, no quarto japonês e R$ 240,00 para 3 pessoas com café, no quarto normal.

Assim eram os futons sobre o tatame.


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